PLANO INCLINADO
Prêmio Novos Coreógrafos, Novas Criações: Site-Specific (NC-NC: SS)
Thaís Di Marco, Isabella Gonçalves, Júlia Abs e Aline Bonamin. Temporada de estréia Centro Cultural São Paulo (CCSP), 2011. Foto: Felipe Torres.
Júlia Abs. Temporada de estréia Centro Cultural São Paulo (CCSP), 2011. Foto: Felipe Torres.
Isabella Gonçalves, Júlia Abs, Lucila Yashiki Cápua e Aline Bonamin. Temporada de estréia Centro Cultural São Paulo (CCSP), 2011. Foto: Felipe Torres.
Júlia Abs, Aline Bonamin, Isabella Gonçalves, Thaís Di Marco e Lucila Yashiki Cápua. Ensaio fotográfico pré-estréia no Centro Cultural São Paulo (CCSP), 2011. Foto: Matheus Parizi.
Inclined plane is a site-specific project that proposes a new relationship with the ground, questioning the supposedly neutral ground of dance, proposing new approaches between contemporary dance and the soil. In which ground do we dance? This work is a research about the body in relation to inclined planes. The performance was awarded with the New Choreographers Program Award, New Creations: Site Specific, the Centro Cultural São Paulo (CCSP), the municipal council.
 
Director: Júlia Abs
Collaborative choreographic research: Vitrola Quântica performers
Performance: Júlia Abs, Aline Bonamin, Thaís Di Marco, Isabella Gonçalves, Lucila Yashiki Kápua.
Music: Felipe Ribeiro
Costumes: Júlia Abs and Vitrola Quântica
Award: New Choreographers Program, New Creations: Site Specific, the Centro Cultural São Paulo (CCSP), the municipal council.
Lucila Yashiki Cápua, Isabella Gonçalves, Aline Bonamin, Thaís Di Marco e Júlia Abs. Ensaio fotográfico pré-estréia no Centro Cultural São Paulo (CCSP), 2011. Foto: Matheus Parizi.
DARKLAND
O projeto foi selecionado pela bolsa de pesquisa Rumos Itaú Cultural Dança (2009/2010)
Júlia Abs e Aline Bonamin. Mostra Rumos Dança no Itaú Cultural, 2010. Foto: Edouard Fraipont.
Júlia Abs. Mostra Rumos Dança no Itaú Cultural, 2010. Foto: Edouard Fraipont.
DARKLAND
Investigação entre corpo, objeto, dança e moda.
O corpo no espetáculo DARKLAND transita entre a materialidade do objeto - como cadeiras, roupas e sapatos - e as imagens corporais criadas a partir dessa relação. A obra coreográfica é o resultado de um processo autoral no qual priorizamos criar uma corporalidade gerada pelas relações dos corpos com os objetos. Um corpo que é objeto e o objeto que é corpo.
O corpo da Moda, no espetáculo, aparece sobretudo nas indumentárias que nos servem como fio condutor de toda a dramaturgia corporal. A relação com a Moda se dá diretamente no uso expressivo que fazemos das roupas, retirando-as de seu lugar habitual: uma plataforma em DARKLAND transforma-se numa nova superfície para o corpo que dança, não se reduzindo a ser somente um adereço. E desse modo operamos com todos os outros elementos da indumentária, como o corset – objeto usado em tempos passados para afinar as cinturas femininas e hoje um objeto cultuado no mundo fetichista – que retirado de seu uso habitual, transforma a forma do corpo conferindo-lhe novos sentidos.
Do ponto de vista da pesquisa do movimento dançado e da composição coreográfica, a matriz conceitual é o corpo-objeto, como síntese da relação do corpo contemporâneo e do consumo proposta nesta pesquisa. Um corpo que se dá na relação com o objeto, e no estudo do movimento a partir de conceitos como deformação, risco, beleza e fetiche.
O risco, neste caso, está nas situações de adaptação que o corpo das bailarinas sofrem ao usar plataformas e corsets, que modificam a organização e o equilíbrio de seus corpos. Os elementos estruturais como o espaço e o tempo são alterados pelo uso destes adereços, vivenciados com estas alterações e deformações, e nas possíveis relações de convivência entre os corpos nesse contexto.
No espetáculo, os sujeitos (as bailarinas) passam por objetos, e os objetos (os adereços de vestuário, os elementos cenográficos) adquirem feições de sujeitos, o que confere um efeito de estranheza. Quase uma brincadeira macabra, semelhante a alguns editorais de moda recente, em que as modelos aparecem como se não tivessem vida (quem se interessar, pode buscar por “drop dead gorgeous” na internet). Tudo articulado para inaugurar uma realidade fictícia, onírica, surreal e pop.
Durante o processo de criação estudamos alguns materiais teóricos que nos auxiliaram na relação teoria-prática para a construção da expressividade do corpo, na composição coreográfica, e nas escolhas a serem feitas para a encenação. Freud entra como uma referência com seu ensaio sobre o “Estranho”, Walter Benjamin com seus escritos sobre a
moda, o feminino e a mercadoria da compilação “Passagens”.
Em DARKLAND trabalhamos sempre uma face obscura, uma ambigüidade, um conflito, uma dor latente na doçura, uma estranheza por trás da beleza, um grotesco escondido na delicadeza.
Júlia Abs e Aline Bonamin. Mostra Rumos Dança no Itaú Cultural, 2010. Foto: Edouard Fraipont.
Júlia Abs. Mostra Rumos Dança no Itaú Cultural, 2010. Foto: Edouard Fraipont.
Júlia Abs e Aline Bonamin. Mostra Rumos Dança no Itaú Cultural, 2010. Foto: Edouard Fraipont.
DARKLAND [2010]
Darkland is a research about the relation between dance and fashion with pieces created by designer Karlla Girotto, specifically for this performance. How does clothing interfere with the movement of the body? What are the possibilities and restrictions of dance that are generated from clothes? The project was based on a rare Sigmund Freud (Austria, 1856 – 1939) work about aesthetics, “Das Unheimlich” (1919), focusing on what makes our bodies look strange and what makes it look familiar. The performace was awarded with a scholarship of the Instituto Itaú Cultural Programa Rumos Dança 2009/2010.
Director: Júlia Abs
Collaborative choreographic research: Vitrola Quântica performers
Performance: Júlia Abs and Aline Bonamin 
Music: Vitrola Quântica and Instituto
Costumes: Karlla Girotto
Videos-projections (animation): Pablo Romart
Collaboration: Daniel Augusto
Award: Scholarship of the Instituto Itaú Cultural Programa Rumos Dança 2009/2010
Júlia Abs. Ensaio Fotográfico, 2010. Foto: Daniel Augusto.
Júlia Abs. Ensaio Fotográfico, 2010. Foto: Daniel Augusto.
Júlia Abs e Aline Bonamin. Ensaio Fotográfico, 2010. Foto: Daniel Augusto.
SHE'S LOST CONTROL
Coreografia financiada pelo 5º edital da Lei de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo
Júlia Abs, Melissa Balmonte e Aline Bonamin. Temporada de Estréia She's Lost Control, Galeria Olido, 2009. Foto: Vitor Vieira.
Júlia Abs. Temporada de Estréia She's Lost Control, Galeria Olido, 2009. Foto: Vitor Vieira.
Júlia Abs e Melissa Balmonte. Temporada de Estréia She's Lost Control, Galeria Olido, 2009. Foto: Vitor Vieira.
“She’s Lost Control” é o nome de uma música da banda de rock inglesa Joy Division, que fala sobre uma mulher fora de controle. O autor da letra, Ian Curtis, vocalista da banda, escreveu essa canção após observar uma mulher passando por um ataque epilético. Ele também sofria desta doença, e suicidou-se aos 23 anos, em Manchester, na década de 1980.
O ponto central deste espetáculo é a perda do controle. De modo bem geral, podemos dizer que tratamos de abordar este ponto sob a seguinte perspectiva: o controle enquanto equilíbrio, e o descontrole enquanto desequilíbrio.
Para nos auxiliar, pesquisamos obras na psicanálise, na filosofia e na literatura, de modo a encontrar palavras que nos auxiliassem na criação coreográfica. Assim, trabalhamos sobre o ensaio inédito A Música do Tempo Infinito, do psicanalista Tales Ab’Saber (que fala sobre a perda de controle na noite, na balada, nas drogas, na música); o romance O Idiota, de Fiódor Dostoievski (que tem descrições impressionantes da epilepsia, que é a doença que inspirou a canção), entre outras tantas referências. Por exemplo, pegamos um trecho do ensaio de Ab’Saber: “Há em Berlim uma casa que nunca fecha. Aquela noite que não termina jamais de fato pode começar a qualquer momento. Lá todos os tempos se estendem, e noite e dia se transformam em outra coisa”. E tentamos traduzir criativamente isso para uma atmosfera que permeia todo o espetáculo: uma casa noturna que nunca fecha, uma festa que jamais termina, uma experiência diferenciada do tempo, uma visão alucinógena do dia e da noite misturados, um ponto da busca da felicidade que pode converter-se em seu oposto, assim por diante. Mas não foi somente nos textos que a Cia. Vitrola Quântica foi à procura de inspiração para a dança. A perspectiva interdisciplinar é um dos eixos estruturadores do trabalho, e por isso buscamos criar parcerias entre a companhia e renomados artistas e pensadores brasileiros. José Miguel Wisnik (músico e ensaísta), o coletivo Bijari (grupo de artistas especializados em intervenções urbanas), Eduardo Climachauska (artista plástico), Olgaria Matos (filósofa), Instituto (coletivo de produtores musicais) são alguns dos nomes que tiveram participação importante em nosso processo criativo. Uma interdisciplinaridade que está no processo, e também na própria concepção, uma vez que o espetáculo é dirigido por uma bailarina (Julia Abs) e um cineasta (Daniel Augusto). Tudo isso para ensaiar uma abordagem desse universo amplo que é a fronteira entre o controle e o descontrole. Neste espetáculo, trabalhamos com três mulheres fora de controle, num palco, na vida. Ora elas são um trio de glamourosas rockers, ora são figuras solitárias, quase sombras. Neste fluxo cinético, os corpos se organizam e desorganizam, num jogo tenso entre o controle e o descontrole, o equilíbrio e o desequilíbrio, o céu e o inferno.
Em “She’s Lost Control”, nossa resposta é a nossa pergunta. Quem não tem medo de se perder, que se jogue. 
Júlia Abs, Aline Bonamin e Melissa Balmonte. Temporada de Estréia She's Lost Control, Galeria Olido, 2009. Foto: Vitor Vieira.
Júlia Abs e Aline Bonamin. Temporada de Estréia She's Lost Control, Galeria Olido, 2009. Foto: Vitor Vieira.
"She's Lost Control" is the name of a song by English rock band Joy Division, which talks about a woman out of control. The author of the letter and lead singer of the band, Ian Curtis, wrote this song after watching a woman undergoing an epileptic seizure. He also suffered from this disease, and committed suicide at the of age 23, in Manchester, in the 1980s.
The focus of this choreographic research is losing control. In other word, it presents the notions of having balance and lacking balance. It was a cross-disciplinary process, involving a collective of architects and designers (Bijaris – São Paulo – Brazil), as well as a filmmaker who created the video projections and dance films. Additionally, we had some dialogues with Olgária Matos, an important Brazilian philosopher, on the subject of weight, lightness, control and decontrols, as tools of cross disciplinary process.
Júlia Abs, Melissa Balmonte e Aline Bonamin. Temporada de Estréia She's Lost Control, Galeria Olido, 2009. Foto: Vitor Vieira.
Ficha técnica
Direção: Júlia Abs e Daniel Augusto
Intérpretes-criadoras: Aline Bonamin, Júlia Abs e Melissa Balmonte
Criação de luz: André Boll
Criação e edição da trilha sonora: Instituto e Cia. Vitrola Quântica
Figurino: Cia. Vitrola Quântica
Produtora: Rafaela Reis
Realização: Cia. Vitrola Quântica, V e VII Edital de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo
Apoio: Universidade Anhembi Morumbi
DESOSSO O OSSO E (FLUTUO)

Espetáculo contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2007-2008 pela Cia. Vitrola Quântica.
Aline Bonamin e Júlia Abs. Pesquisa de campo, escadaria na Rua Girassol, Vila Madalena, São Paulo, 2008. Foto: Daniel Augusto.
O osso pesa, mas há algo em sua essência que pode ser seu passaporte para a leveza. Desossar é inverter seu sentido habitual, trazê-lo do chão para o ar. Desosso o osso e (flutuo) é sobre esse tipo de inversão – ou subversão – entre o peso e a leveza.
É um espetáculo que experimenta refletir sobre a sonoridade do rock`n roll e suas particulares interferências no corpo. O rock é por excelência um som dissonante, cruento, intenso, marginal. Pode ser a mais alta poesia, crítica visceral, ou mesmo trilha sonora dentro de um tanque de guerra. Do campo de batalha à vida sonhada dos anjos, o rock é trilha sonora ambígua. Pesa, contém, explode e flutua: leva o corpo à experiência do risco, do limite, de tudo aquilo que vive na margem do mundo.
Júlia Abs e Aline Bonamin. Registro do vídeo de divulgação, Bresser (região industrial), São Paulo, Brasil, 2008. Foto: Daniel Augusto. 
Body, graffiti and space are elements of performative action that reflects the displacement of the urban setting printed on an almost photographic look at images of invented cities within the city meeting. 

Bones and bone (float) is also a work that tries to reflect on the sound of rock 'n roll and interference in their private body.
Award Funarte Klauss Vianna, from the federal government of Brazil | Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança (2007/2008)
Júlia Abs. Registro do vídeo dança Água, Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, Brasil. Foto: Daniel Augusto, 2008.
Júlia Abs e Aline Bonamin. Desosso o Osso e (Flutuo), Sesc Avenida Paulista, temporada de estréia, 2008. Foto: Gil Grossi.
Júlia Abs. Desosso o Osso e (Flutuo), Sesc Avenida Paulista, temporada de estréia, 2008. Foto: Gil Grossi.
Júlia Abs. Desosso o Osso e (Flutuo), Sesc Avenida Paulista, temporada de estréia, 2008. Foto: Gil Grossi.
Ficha técnica:
Concepção: Aline Bonamin e Júlia Abs
Criação e interpretação: Aline Bonamin e Júlia Abs
Direção: Mariana Sucupira e Daniel Augusto
Orientação da pesquisa corporal: Lu Favoreto
Criação e concepção de imagens: Daniel Augusto / Bijari
Finalização de imagem: Bijari
Produção: Cia. Vitrola Quântica
Criação de figurino: Karlla Girotto (http://www.karllagirotto.com.br)
Maquiador: Theo Carias (https://www.instagram.com/theocarias1/)
Criação de luz: André Boll
Trilha sonora: Cia. Vitrola Quântica
Edição sonora: Instituto
Projeto Gráfico: Bijari (https://bijari.com.br)
Foto divulgação: Gil Grossi

DEZ

Back to Top