No que se refere a gráficos e desenhos, com as anotações de Calico Mingling (1973), o meu empreendimento foi reconstruir a partitura original criada por Lucinda Childs. No vídeo de Babette Mangolte[1] eu fiz anotações de termosusados por Lucinda Childs––“espaços encontrados” (found sorroundings) (CHILDS, 1975, p. 33, tradução nossa)–– por exemplo, é uma adaptação direta dos found-objects (objet trouvé) de Marcel Duchamp. Alguns exemplos das descrições de ações de Childs para Calico Mingling: “quatro arranjos da peça” (four arrangements of the piece) (CHILDS, 1973, p. 36, tradução nossa); ou “cada dançarina executa uma frase que consiste em caminhar para frente e para trás em trajetos retos, circulares e semicirculares” (ibid.); ou, “cada segmento de frase (uma projeção para frente ou um laço semicircular) é completado em seis passos” (ibid.), e assim por diante. Outros termos e descrições que contextualizam o trabalho––historicamente ou esteticamente – propostos por autores e suas leituras críticas das obras também compõem a terminologia. Com a ajuda da pesquisa de Lou Forster (2021), eu pude seguir os sete estágios nos quais o desenho original foi criado, já que a autora teve acesso ao material de arquivo de Childs[2] sobre a peça. Eu espelhei a serialidade dos caminhos de cada intérprete––eu me sentei na frente da tela do laptop, desenhei em relação espelhada com a tela e as folhas cortadas de papel sulfite––desenhei todos eles, e depois experimentei a partitura em meu próprio corpo dançante.

[1] CALICO MINGLING. 1973. 10 minutos, filme em preto e branco filmado por Babette Mangolte e coreografia de Lucinda Childs. Disponível em: https://www.ubu.com/film/mangolte_calico.html.  Acesso em: desde 2020 até hoje. 
[2] “Fonds Lucinda Childs––Médiathèque du Centre national de la danse [...]” (FORSTER, 2021, p. 2). 

DEZ

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