Com o projeto-piloto “DANÇA NO MAC” eu proponho reativar e levar adiante projetos de pesquisas universitárias nas linguagens da coreografia, da dança e da performance no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). Aprovado em 2019, no programa de “Pós-Graduação em Estética e História da Arte”, o projeto propõe inserir a dança e a coreografia no museu universitário. Eu sou a idealizadora e a curadora da primeira versão DANÇA NO MAC 1#.
A dança e a coreografia atuais são entendidas como linguagens autônomas, que vivem hoje, no contexto de grandes museus (nos EUA, França, Espanha, Inglaterra, Brasil, entre outros) a aquisição de seu status como arte contemporânea. Assim, eu almejo aproximar esse fenômeno do MAC-USP, já que uma das missões do museu universitário é estar aberto à experimentação artística e acadêmica.
Nos últimos dez anos, é notável a presença de apresentações de dança e exposições de coreografia em museus importantes ao redor do globo: Centre Georges Pompidou (Paris), MoMA PS1 (Nova York), ICA Boston (Boston), Tate Modern (Londres), Hayward Gallery (Londres), Whitney Museum (Nova York) e Museu de Arte do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), são alguns exemplos. A discussão atual sobre a dança no museu – tem sido feita por teóricos das áreas da dança, coreografia, performance, time-based arts e história da arte, como André Lepecki (Brasil), Boris Charmatz (França), Xavier Le Roy (França), Bojana Cvejic (Sérvia), Marcella Lista (França) e Claire Bishop (Inglaterra), entre outros.
A dança no museu redefine a noção de visualidade no campo das artes visuais (LEPECKI; FRANKO, 2014), de modo que os visitantes do MAC-USP poderão ter novas experiências através da concepção de um museu aberto às propostas não pictóricas e esculturais, mas que trazem elementos do tempo, espaço e movimento. O museu, por sua vez, torna possível para a dança imaginar um espaço público que potencialmente permite novos formatos de exibição, de conservação de obras, de produção e compartilhamento do conhecimento sobre o corpo da dança e das pesquisas com a coreografia.
A conversa entre a dança, a coreografia e o museu, torna-se o lugar onde a expansão dessas linguagens pode ser conquistada, através de deslocamentos de práticas e de significados. Esses projetos expressam um reinvestimento no espaço do museu como espaço experimental (LISTA, 2014).      
Fotografias Sandro Miano, Kiko Ferrite e André Cañada

DEZ

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